Há
homens que temem tanto
Que
a tudo querem dominar
Temem
as mulheres
Sempre
tão grávidas
Tão
cheias de vida
Tão
livres
Tão
dispostas a amar
Que
ao homem que tanto teme
A
elas só resta odiar
Há
homens que temem tanto
Temem
tanto o humor
Que
tentam fugir ou proibir
Mas
a piada tem mil pernas
E
voa
E
ricocheteia
E
teima em não temer o temor
Que
faz temer ainda mais o homem que tanto teme
Há
homens que temem tanto
Que
temem não saber fazer amor
O
sexo neles
É
tara
É
vício
É
violência e submissão
É
o próprio temor
Gozos
de sangue e dor
Há
homens que temem tanto
Que
se põem a fazer justiça
Com
as próprias leis
Na
informação nomeiam provisórios reis
E
toda uma corte a apoiar e a temer
Como
temem os homens que tanto temem
Há
homens que temem tanto
Que
temem a mais pura diversão
A
alegria dança com a subversão
Regras
e senões são necessários
Despachos
oficiais no rock
Alvarás
no carnaval
Carimbos
no carimbó
Tudo
controlado fica mais lindo
Deixe
que a segurança cuida
Da
arte e da cultura
Jura
o homem que tanto teme
Há
homens que temem tanto
Que
impõem à mulher o comprimento da saia
Que
temem a própria vaia
Que
mal saem da sala onde conspiram
Que
ordenam que tudo que inspira se expire
O
homem que tanto teme
Tem
só duas mãos
E
pensamentos pequenos
Porém
o homem teme tanto
Que
precisa de muitas armas
E
de um grande aparelho repressor
Pois
o homem que tanto teme
Teme
até a criança e o professor
11/01/17
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