Vivem
de mentiras
Que
fazem parecer verdades
Decoram
bem os textos
Improvisam
amenidades
Um
novo papel
A
cada peça encenada
Apostam
na popularidade
Para
renovar a temporada
Quando
finda a peça
A
cortina se fecha
A
atriz se abre aos aplausos
Recebe
os afagos do público
Vai
para casa esgotada
A
arte pede, pede o povo
Que
no dia seguinte
Como
boa trabalhadora
Ela
se levante
E
comece tudo de novo
Quando
finda o discurso
O
microfone se fecha
O
presidente recebe os aplausos
Leva
os puxa-sacos
A
jantar com a bancada
A
política pede, não o povo
Que
no dia seguinte
Como
todo poderoso
Ele
se levante
E
comece tudo de novo
Mas
os papéis se invertem
A
atriz também discursa
Foi
na festa de premiação
Desta
vez, só falou verdades
Quando
o microfone se fechou
Ainda
mais o público aplaudiu
Uma
verdadeira ovação
De
emocionadas celebridades
E
ela nem chorou
Como
bom ator, o presidente
Fingiu
que não ouviu
Depois,
ao microfone,
Vaiou
e acusou:
É
superestimada, lacaia da oposição
Para
ele, a atriz
Não
deve ter opinião
Deve
atuar e se restringir
Ao
papel de mentir
A
atriz ri
Consagrada
Porque
sabe que na rua
Jamais
será vaiada
12/01/17
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