Nonada
Não
foi tiro
Que
matou a vereda
Foi
obra mais trabalhosa
Que
consumiu homens e anos
Tiriri,
graúna, a faiscadeira, juriti-do-peito-branco,
Ou
a pomba-vermelha-do-mato-virgem
Viram
os carvoeiros
Os
boiadeiros
Os
boias-frias
Agora
Nessas
paragens
Não
têm mais os olhos
O
buriti não responde mais
As
veredas vão minguando
Até
a chuva vai secando
A
jataí foi engolida
Pela
fenda do chão rachado
A
agroindústria bebe toda a água que persiste
O
sertão vai virar mar de soja
A
área é rica
Dizem
governo e fazendeiros
Enquanto
o povo
Ou
vai embora
Ou
é engolido
Pela
fenda do chão rachado
Feito
a jataí
Onde
antes jatobá fazia sombra
Riobaldo
corta cana
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