A
rua ondula feito água
Vasos
saltam das sacadas
Coloridos
pássaros suicidas
Janelas
vibram trágica percussão
O
asfalto craquela-se em tela de Mondrian
O
cérebro é tigela de gelatina
Agitada
por criança
Não
há ordem no formigueiro sublevado
Pessoas
andam para todos os lados
Se
esbarram, tropeçam, caem
Algumas
gritam, outras choram
Em
meio ao caos
Penso
em você
Maldito
terremoto
Chacoalha
a vida da gente
Mistura
passado e presente
De
tudo o que pode desabar
Uma
lembrança me esmaga
Agora
tudo passou
O
mundo refaz-se sólido
Foi
só o susto
Todos
estão ilesos
Puxo
o telefone
Procuro
na tela
O
abalo do teu sorriso
Mil
graus na escala Richter
Continuo
a tremer
Maldito
terremoto
18/01/17
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