domingo, 15 de janeiro de 2017

A integridade dos presos

Ah, o coração selvagem 
Que se rebela contra a sociedade 
Destrói sonhos apaixonados 
Empreende fuga sem nunca ser capturado 
Até que um beijo negado 
Não se permitiu ser roubado 

Resta a esperança 
Na memória do renegado 
Entre um e outro assalto sentimental 
De que aquele quase toque, quase gosto 
Seja o reencontro 
Com o nunca experimentado 

Bem sabe o coração selvagem 
Que os golpes agora são fúteis 
E as fugas lhe são inúteis 
Naquele beijo negado 
Estará para sempre enjaulado 

Pensa em entregar-se 
Abandonar-se sob a proteção do Estado 
Cumprir pena em regime fechado 
Sair limpo e reintegrado 
Só para poder encarar 
De novo a decepção 
Do mesmo beijo 
Eternamente negado

  10/01/17 

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